domingo, 4 de abril de 2010

Pedofilia? Feche os olhos!

Alguns fiéis católicos que estiveram no Vaticano nesse domingo de Páscoa afirmaram que a imprensa está ampliando e superestimando os casos de pedofilia envolvendo padres da Igreja Católica.
Será que tem como ampliar e superestimar algo com uma gravidade tão reduzida quanto abusar de crianças e manter o segredo por décadas? E o pior: é possível superestimar mais o ampliado rol de países em que há denúncias de casos?
Holanda, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha, Dinamarca, França, Noruega, Áustria. Curiosamente são todos países com maioria protestante, nos quais não há impedimentos para que os casos se tornem públicos. Isso não quer dizer que não haja pastores e quaisquer outras espécies de líderes religiosos envolvidos em casos semelhantes e que sejam acobertados por autoridades que, por ventura, apoiem a religião em questão.

Porém, retornando à famigerada Igreja Católica, cujo passado pode servir de apelo condenatório para qualquer instituição, por que será que os casos de pedofilia no Brasil não ganham a repercussão que deveriam ter? Será que é devido à "catoliquez" da Globo? Será que é por causa do temido status de religião oficial que é arrogado ao catolicismo no Brasil? Será que é em razão das obscuras decisões tomadas no interior da poderosíssima CNBB, que talvez consiga vencer disputas com um presidente que conta com 94% de aceitação?
É triste saber que o poder da Igreja Católica -- aquele mesmo poder que está descrito nos livros de História, desde os primórdios da Idade Média até os meandros da Inquisição, ainda paira sobre nós e que reage com fúria e, até mesmo, legitimidade contra aqueles que lhe contrariam.
O fim do mundo sempre foi usado pela Igreja como um poderoso argumento para que as pessoas buscassem seus templos, à procura da salvação eterna. Porém, agora, somos obrigados a admitir que bom seria se o mundo realmente acabasse em 2012, para que todos nós nos víssemos livres dos absurdos que o pensamento religioso impõe a grande parte da humanidade.